Um anfíbio cada vez mais raro em Portugal

Um anfíbio cada vez mais raro em Portugal

Ameaça. A drenagem de pântanos e pauis, para a agricultura, e a poluição de pequenas ribeiras e lagoas estão a fazer diminuir rapidamente o número de tritões-palmados, alerta o ecologista Vasco Cruz, que está a realizar um trabalho de conservação de anfíbios e répteis

O futuro dos anfíbios é de catástrofe - 40% das espécies correm risco de extinção. O tritão-palmado encontra-se nesta estatística negra. Apesar de não estar ainda muito ameaçado, as rápidas alterações climáticas, a destruição de habitats e a poluição das águas onde habita estão a fazer diminuir rapidamente o seu número.

O tritão-palma- do (Triturus helveticus), que deve o nome às membranas interdigitais que desenvolve durante o período de reprodução, nos meses de Novembro. Escolhe essencialmente áreas húmidas, com algumas massas de água, como pântanos e pauis, pequenos ribeiros e lagos onde a água corre pouco. "A destruição destas zonas - por exemplo, através da drenagem para criar terrenos agrícolas - é uma das principais ameaças", diz Vasco Cruz, ecologista, que está, neste momento, a fazer um trabalho de conservação de anfíbios e répteis em Portugal.

A introdução de espécies exóticas no habitat dos tritões veio agravar a situação. "Pequenos peixes vermelhos, ou laranjas, chamados pimpões, alimentam-se dos ovos dos tritões, salamandras ou sapos", explica o ecologista.

Nos meses que passam na água, são activos durante todo o dia; na sua fase terrestre, em que habi-tam debaixo de pedras ou troncos, são vistos apenas à noite. "Saem somente para se alimentar e durante o dia ficam protegidos. Como são anfíbios, têm a pele húmida e não podem apanhar sol, por isso mantêm-se escondidos."

São animais que vivem em média 12 anos e demoram três anos a atingir a maturidade sexual. Quando os ovos eclodem, cerca de 15 dias depois da fecundação, nascem pequenas larvas que ficam na água entre quatro a cinco meses.

O seu tempo de desenvolvimento depende da abundância de comida e da temperatura da água, que influencia a quantidade de oxigénio. "A larva pode ficar pronta a sair da água em apenas um ou dois meses ; mas se a água for fria e houver quantidade de comida em abundância, pode viver dentro de água quase até Novembro."

No fim da fase larvar, o tritão-palmado perde as brânquias e passa a ter uma respiração pulmonar. "É a sua última transformação e a mudança de larva para juvenil. Torna--se então um tritão-palmado em miniatura, com somente dois centímetros", explica Vasco Cruz.

O tritão-palmado é uma das espécies de maior distribuição no mundo, mas em Portugal existe em número reduzido. Não se sabe ao certo quantos. No Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal surge como "uma espécie insuficientemente conhecida". Pode ser observada no Noroeste português, nomeadamente na serra da Lousã, e do litoral do Mindelo para norte, até ao Gerês. Não se encontra em mais lado nenhum de Portugal, e, das três espécies que existem no País, é o mais raro.

Mas apesar de pouco conhecido, o tritão-palmado tem um papel importante na natureza. Na Galiza, por exemplo, chamam-lhe limpa fuentes, porque se sabe que onde esta espécie habita a água é sempre limpa. "Para além de bons bioindicadores, comem uma série de insectos e as larvas também se alimentam de detritos".

Apesar disso, em Portugal pouco ou nada está a ser feito no sentido de preservar a espécie. Uma das raras excepções é a Associação de Amigos do Mindelo, que recentemente tem feito um esforço no sentido de proteger as espécies de anfíbios e répteis que ali habitam.

"É realmente urgente tomar medidas para preservas os anfíbios, porque as alterações climáticas, associadas à destruição da natureza pela mão do homem, podem forçar uma rápida extinção de muitas espécies", conclui Vasco Cruz.

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Planeta tem 17 mil espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção

O planeta tem cerca de 17 mil espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção, revelou hoje a UICN (União Mundial para a Conservação da Natureza), através da sua Lista Vermelha. Nos últimos 500 anos já se extinguiram 869 espécies.

Actualmente estão ameaçadas de extinção pelo menos 16.928 espécies, incluindo um terço dos anfíbios, mais de um em cada oito espécies de aves e cerca de um quarto dos mamíferos. Por comparação, a Lista Vermelha de 2004 mostrava 784 extinções desde 1500.

“Isto permite-nos chegar à conclusão que a vida selvagem está em perigo. A extensão do risco de extinção varia consoante os diferentes grupos de espécies”, escrevem os autores do relatório.

Em Portugal há 159 espécies ameaçadas, a maioria moluscos (67 espécies), mas também mamíferos (onze), aves (oito), peixes (38), plantas (16), invertebrados (16), répteis (dois) e anfíbios (uma).

A UICN acredita que a comunidade internacional não conseguirá cumprir a meta de travar a extinção das espécies até 2010, um compromisso feito por vários Governos em 2002.

No entanto, esta é uma lista que está longe ser completa. A organização estima que abranja apenas 2,7 por cento das espécies descritas.

O número de extinções é uma “estimativa por baixo mas dá-nos uma útil ferramenta para compreender o que está a acontecer a todas as formas de vida na Terra”, comentaram os autores do estudo.

Actualmente, as alterações climáticas não são a maior ameaça à biodiversidade do planeta. Mas isso pode mudar, avança o relatório. Ao analisar 17 mil espécies de aves, anfíbios e recifes de coral, a UICN identificou uma proporção significativa de espécies que são muito vulneráveis às alterações climáticas e que ainda não estão ameaçadas. Deste grupo fazem parte 30 por cento das aves, 51 por cento dos corais e 41 por cento dos anfíbios.

Baseada em informação relativa a 2008, a UICN estabeleceu agora uma ligação entre a crise financeira e a crise ambiental, explicou o responsável por este estudo, Jean-Christophe Vie.

“Não queremos escolher entre natureza e economia; apenas queremos que a natureza esteja ao mesmo nível quando chega o momento de tomar decisões”, comentou. “Os postos de trabalho são importantes mas não devem ser criados em detrimento da natureza”.

A situação da biodiversidade “é muito mais grave do que a crise económica ou dos bancos”, comentou Vie. “Pode perder-se uma indústria mas também se pode reconstruí-la. Na natureza, se perdermos uma espécie, perdemo-la para sempre. Nunca mais poderemos recuperar esse capital”.

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Anfíbios, insetos e réptil são descobertos no Equador

Diversas espécies, muitas inéditas no campo científico, foram descobertas nas florestas da Cordilheira do Condor. No total, foram encontrados quatro anfíbios, um réptil e sete insetos, incluindo uma salamandra de olhos esbugalhados e um pequeno e venenoso sapinho-ponta-de-flecha, do gênero Dendrobates.

As novas espécies foram descobertas durante um Programa de Avaliação Rápida (RAP, na sigla em inglês) da ONG Conservação Internacional (CI) nas florestas da Cordilheira do Condor, perto da fronteira com o Peru.

Além das espécies provavelmente novas para a ciência, a equipe também encontrou animais raros, como uma perereca-de-vidro, uma população saudável de sapos arlequins do gênero Atelopus, insetos da família Tettigoniidae e várias espécies de anfíbios e mamíferos nunca registrados no Equador.


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Cientistas pedem prioridade à Amazônia

Assim como dispõe de programas destinados às áreas espacial e nuclear, o Brasil também deveria contar com um amplo programa de desenvolvimento da Amazônia, recomendou nesta quarta-feira (8) a diretora do Museu Paraense Emilio Goeldi, Ima Célia Guimarães Vieira. Em audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), ela defendeu - juntamente com quatro outros pesquisadores - a transformação da região em uma prioridade nacional.

- O Estado brasileiro investiu muito no estado de São Paulo, que por isso hoje tem esse diferencial. Isto não está acontecendo na Amazônia. Temos ações dos Ministérios de Ciência e Tecnologia, da Agricultura e da Saúde, mas não um programa integrado. Não acredito que apenas com ações setoriais vamos dar o salto de que precisamos - afirmou Ima durante a audiência, que também contou com a participação da Subcomissão da Amazônia e da Faixa de Fronteira, ligada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Integrante do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Lauro Morhy considerou insuficiente o número de instituições científicas atualmente existentes na região. Em sua opinião, a Amazônia pode ser considerada "motivo de orgulho e de grande responsabilidade ambiental". E o planejamento do desenvolvimento da região deveria contar com vários ministérios, governos estaduais e setores empresariais.

Um exemplo de atuação conjunta mencionado durante a audiência foi o do estabelecimento do modelo de gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), sediado em Manaus (AM). Segundo o coordenador-geral do centro, Imar César de Araújo, representantes de seis ministérios participaram de uma comissão que concluiu pela criação de uma empresa pública - a qual será feita pormeio de projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional.

A falta de um modelo de gestão, lamentou Araújo, fez com que o centro ainda hoje caminhe com "passos de tartaruga". Mesmo assim, segundo informou, até o final do ano já estarão equipados 90% dos laboratórios do CBA, cujas instalações ocupam uma área de 12 mil metros quadrados. As principais áreas de atuação do centro são as de cosméticos, produtos bioterápicos, inseticidas e corantes naturais.

Araújo ressaltou a necessidade de se dar à inovação tecnológica importância semelhante à atribuída à ciência básica. O Brasil tem a 13ª posição na publicação de artigos científicos, disse ele, mas dispõe de poucas patentes sobre a Amazônia e pode ser considerado um "troglodita para transformar conhecimento em dinheiro".

O chefe-geral da Embrapa da Amazônia Oriental, Claudio José Reis de Carvalho, informou que a empresa já conta com patentes de produtos como o cupulate, à base de cupuaçu, que pode ser usado, por exemplo, na merenda escolar. Em sua opinião, é necessária a geração de tecnologias para a produção em áreas já desmatadas da Amazônia.

A diretora do Instituto Evandro Chagas, Elisabeth Conceição de Oliveira Santos, disse concordar com a afirmação de que a manutenção da floresta em pé pode gerar mais receita do que a sua derrubada. Ela pediu atenção, porém, aos pequenos produtores da região, que muitas vezes vivem em áreas isoladas e enfrentam grandes problemas de energia e transporte. "Esses habitantes vivem como heróis na floresta", disse ela.

Nuclear

Pouco antes da realização do debate sobre a Amazônia, a CCT aprovou requerimento do senador Lobão Filho (PMDB-MA) para a realização de audiência pública sobre a crise no abastecimento do insumo radioativo 99MO, que, a seu ver, "poderá paralisar a medicina nuclear brasileira". Também foram aprovados 12 projetos de decreto legislativo que autorizam o funcionamento de emissoras de rádio e televisão em diversos estados.

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